quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sessão El Topo (16/05)

A sessão do mês de maio apresenta uma obra-prima pouco conhecida de um os mais brilhantes cineastas americanos de todos os tempos (embora tenha feito a maior parte de seus principais filmes na Inglaterra).

20:00 - O Criado (The Servant) ING/1963 - Duração: 120 min.

Sinopse:
Tony, um jovem aristocrata, acaba de comprar uma casa numa afluente área de Londres, onde pretende morar com sua futura esposa, Susan. Contrata, logo em seguida, um tipo bastante polido e deferente para seu criado pessoal. O tipo, Barret, logo chama a atenção do patrão por ser extremamente eficiente e prendado. Tudo parece ir muito bem. No entanto, logo se percebe que a relação patrão-empregado não há de ser das mais convencionais...

Crítica:
Adaptação de um conto de Robin Maugham, essa foi a primeira das colaborações entre Joseph Losey e Harold Pinter para o cinema. O Criado é uma incitação sem rédeas ao famoso - e injusto - sistema de classes na Grã Bretanha, sendo o primeiro filme a tocar explicitamente nessa questão. Faz parte do movimento British New Wave, também conhecido como Free Cinema, que mais tarde produziria outras grandes obras abordando a mesma questão (entre os quais, A Taste of Honey e o mais extremado If...). O filme conta com uma fotografia impecável, uma direção elegante e excelentes atuações (especialmente de Dirk Bogarde, o criado). Consegue manter o impacto ao lidar com questões de poder (entre diferentes classes e diferentes sexos), mesmo passados quase cinqüenta anos de sua feitura. A maneira como é construída a narrativa faz com que tenhamos a impressão de que o filme e suas personagens hão-de explodir a qualquer instante, pois estão sempre a negociar o poder entre si de modo sempre sutil, mas sufocante. Atenção para o uso constante de espelhos no filme: é uma sugestão de que a imagem do poder é tão importante quanto o próprio poder em si.

Trailer:

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